mulher segurando balões na tentativa de controle

“Soltar” parece simples. Mas, na prática, pode ser um dos maiores desafios da vida. Afinal, porque temos essa necessidade de controle?

Quantas vezes tentamos controlar o incontrolável?
Queremos certezas no amor, garantias no trabalho, previsões exatas sobre o futuro. Tentamos prever cada passo, prever o outro, prever a vida. Como se, assim, ela se tornasse mais segura, mais domável. Mas a verdade é que, quanto mais controle buscamos, mais perdemos o contato com a dança natural das coisas.

E então… a vida pesa.
Fica sem cor, sem surpresa.
Ficamos tensos. Travados.
O corpo responde: ombros duros, mandíbula cerrada, dor nas costas, ansiedade no peito.
A alma também grita, mas baixinho, sussurrando que tem algo fora do compasso.

mãos soltando o controle
Abrir mão do controle é uma entrega silenciosa à liberdade. Imagem: Freepik

🌱 O controle como defesa

A necessidade de controle geralmente nasce do medo: medo da dor, do desconhecido, do vazio. É um mecanismo de defesa inconsciente que tenta manter tudo no lugar para que não sejamos pegos desprevenidos. Mas viver tentando controlar tudo nos desconecta daquilo que é mais vivo: a impermanência.

E quanto mais tentamos manter tudo sob rédea curta, mais exaustos ficamos. Isso porque, como já dizia Carl Jung, “Aquilo a que você resiste, persiste.

Basicamente, controlamos por:

🌱 Por medo
🌱 Por traumas antigos não resolvidos
🌱 Por querer evitar a dor
🌱 Por não saber lidar com o vazio

🌊 A vida quer fluir

A natureza não controla: ela flui.
As marés vão e vêm, as árvores perdem folhas no outono, os rios não andam em linha reta. Tudo se transforma o tempo todo, e há beleza nisso. Mas nossa mente, por querer segurança, tenta congelar o que deveria seguir em movimento.

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O apego a um resultado específico pode nos cegar para outras possibilidades.

Quantas vezes algo inesperado se revelou uma bênção?
Quantas vezes um plano frustrado abriu caminho para algo muito melhor?

Soltar o controle não é desistir.
É confiar.
É permitir que a vida nos surpreenda.
É agir com intenção, mas abrir espaço para o mistério.

🧘‍♀️ Corpo e controle: uma via de mão dupla

Nosso corpo é espelho fiel do que se passa dentro.
Quando estamos controlando demais, ele grita: rigidez no pescoço, dores musculares, tensão no maxilar, constipação, insônia, cansaço crônico. Tudo trava.

Segundo o médico e escritor Gabor Maté, autor de Quando o corpo diz não, emoções reprimidas e padrões de controle estão associados ao adoecimento físico. Ele alerta: não escutar nossos sentimentos pode custar caro.

Por isso, soltar o controle também é um ato de autocuidado.
De voltar ao corpo, respirar, relaxar.
De confiar no fluxo da vida.

🌻 Cultivar a leveza: por onde começar?

  • Observe seus pensamentos. Quando perceber que está tentando controlar tudo, pergunte-se: “Do que estou com medo?” ou “O que eu poderia soltar agora?”
  • Respire profundamente. O controle gera tensão. Respirar é um lembrete simples de que você pode se entregar ao momento presente.
  • Cultive o desapego. Isso não significa ser indiferente, mas aceitar que as coisas podem tomar rumos diferentes do planejado — e tudo bem.
  • Pratique a presença. O aqui e agora é o único lugar onde a vida realmente acontece.

📚 Leituras que inspiram o desapego e a entrega

  1. “A Coragem de Ser Imperfeito” – Brené Brown
    Sobre vulnerabilidade, aceitação e o alívio de não ter que controlar tudo para ser digno de amor. 👉 Link para o livro
  2. “Quando o Corpo Diz Não” – Gabor Maté
    Um mergulho profundo nas conexões entre emoções reprimidas, necessidade de controle e doenças físicas. 👉 Link para o livro
  3. “Deixar Ir – O Caminho do Desapego” – David R. Hawkins
    Um livro transformador para quem sente que está sempre tentando controlar tudo e quer aprender a soltar. 👉 Link para o livro
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🌿 Soltar o controle é um gesto de coragem.
É abrir espaço para o inesperado, para a graça, para o milagre cotidiano.
É confiar que, mesmo sem saber todos os caminhos, você está sendo guiado.

E às vezes, é justamente quando abrimos mão de controlar que a vida nos surpreende com o que há de mais bonito.

Com carinho,
Anna – AlmaFlor 🌸

 

Escrito por

Anna Munhoz

Olá, meu nome é Anna, sou jornalista, pesquisadora, estudiosa e apaixonada por autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Também sou a voz por trás dos contéudos publicados na AlmaFlor. Seja bem vindo a esse espaço!