Cada vez mais, as mulheres tem buscado resgatar a sabedoria ancestral nos cuidados do corpo, mente e espírito
Um chá para cada mal. Quem cresceu com uma vozinha por perto sabe muito o que isso significa. A medicina natural sempre foi a face da mesma moeda do instinto cuidador do feminino.
E esse movimento de origem ancestral, que antes parecia estar se perdendo em meio a correria e a desconexão com os ritmos da natureza, agora parece estar ganhando força novamente, crescendo em silêncio, um pouquinho por dia.
Como se fosse um chamado que vem da terra, do corpo e da alma – e que muitas mulheres estão ouvindo. É como se algo antigo despertasse dentro de nós, convidando à lembrança de saberes esquecidos, heranças preciosas daquelas que vieram antes, mas permanecem vivas por aí.
🌸 A relação entre o feminino e a medicina natural
Historicamente, as mulheres sempre ocuparam um lugar central nos cuidados com a saúde de suas famílias e comunidades. Nas aldeias, nas roças, nas cidades pequenas eram elas que colhiam as ervas, preparavam infusões, ungüentos, tinturas.
Eram elas que sabiam reconhecer os sinais do corpo, respeitar os ciclos, usar a lua como guia e confiar na força silenciosa das plantas.
Essas práticas não eram vistas como alternativas, mas como a medicina principal. A medicina natural ou medicina da natureza.
Com o avanço da medicina moderna e a marginalização desses saberes, muitas mulheres foram silenciadas ou desacreditadas. Em períodos sombrios da história, como a Inquisição, essa sabedoria foi associada à bruxaria e milhares de mulheres foram perseguidas, justamente por manterem viva a conexão com as medicinas naturais.
Mas a memória não se apaga. Ela adormece… e depois floresce.
🌿 O retorno às raízes: por que estamos resgatando esses saberes?
Hoje, cada vez mais mulheres buscam formas de se reconectar com a natureza, com o próprio corpo e com uma espiritualidade mais livre.
Dentro desse contexto, a medicina natural volta à cena como aliada nesse processo: não como substituta da medicina convencional, mas como um caminho complementar de cura e equilíbrio.
Entre as práticas mais procuradas estão:
- Fitoterapia e uso das ervas medicinais
- Aromaterapia e óleos essenciais
- Florais e terapias vibracionais
- Alimentação viva e natural
- Banhos de ervas, defumações e benzimentos
- Círculos femininos e rituais de lua
Essas práticas promovem autoconhecimento, autonomia e uma escuta mais amorosa do corpo. Muitas vezes, o que era tratado como “doença” passa a ser compreendido como um desequilíbrio que carrega mensagens físicas, emocionais ou espirituais, ampliando as possibilidades de cura.
✨ Saberes que não vêm só da ciência: vêm da vida
Apesar da valorização crescente dessas terapias, é importante lembrar que elas não surgem de laboratórios, mas da observação da vida. Isso, no entanto, não significa que estejam desvinculadas de embasamento.
A fitoterapia, por exemplo, é reconhecida pelo SUS desde 2006 e respaldada por estudos científicos que comprovam a eficácia de diversas plantas medicinais.
A aromaterapia também segue por esse caminho e atualmente conta com centenas de pesquisas sobre os efeitos dos óleos essenciais no sistema nervoso central. E os florais, embora mais sutis, têm ganhado espaço como ferramenta complementar na saúde emocional, especialmente no cuidado com mulheres e crianças.
Porém, mais do que comprovar a eficácia isolada de um óleo ou de uma erva, é preciso compreender a visão integral da saúde proposta por essas medicinas e que nossas ancestrais já conheciam muito bem: uma saúde que considera o ser humano como um todo, ou seja, corpo, mente, espírito e energia em constante diálogo com o ambiente ao redor.
🌕 Medicina natural e do feminino: uma cura que é cíclica, intuitiva e coletiva
O feminino traz em si a potência do ciclo. E as medicinas naturais, em sua essência, reconhecem e celebram esse movimento. Diferente da lógica linear e fragmentada da medicina ocidental, as práticas ancestrais compreendem a cura como um processo contínuo de reconexão.
Nesse contexto, curar não é “consertar” algo quebrado, mas acolher com presença e reverência aquilo que precisa de atenção.
É por isso que tantas mulheres se identificam com essas práticas: porque elas oferecem um espaço onde a intuição é valorizada, onde a escuta é profunda e onde o cuidado é, antes de tudo, um gesto de amor.

🌿 Como trazer a medicina natural para o dia a dia
Incorporar as medicinas naturais e ancestrais na rotina moderna não precisa ser complicado, demandar muito tempo ou exigir que você se isole na floresta.
Pelo contrário. Muitas vezes, são pequenas atitudes diárias que fazem toda a diferença no nosso equilíbrio físico, emocional e energético.
Segue então algumas ideias práticas para você começar a experimentar agora mesmo:
- Chás e infusões
Escolha ervas simples como camomila, erva-doce, hortelã ou alecrim para preparar chás que acalmam, energizam ou ajudam na digestão. Além de cuidar do corpo, o ritual de preparar o chá com atenção é um momento de pausa e conexão consigo mesma.
- Banhos de ervas
Um banho com folhas de lavanda, alecrim ou arruda pode ser uma forma delicada de limpar energias e relaxar o corpo. Você pode preparar uma infusão para jogar na água do banho, criando um momento ritualístico para celebrar o cuidado próprio.
- Aromaterapia
Usar um difusor ou um pouco de óleo essencial nas têmporas, pulsos ou atrás das orelhas ajuda a aliviar o estresse e clarear a mente. Lavanda, laranja doce e eucalipto são opções versáteis e gentis para o dia a dia.
- Florais
Os florais atuam nas emoções e podem ser usados diariamente em gotas, ajudando a equilibrar sentimentos como ansiedade, tristeza ou irritabilidade.
- Círculos femininos e rituais de autocuidado
Reunir amigas para trocar experiências, meditar juntas ou apenas estar em comunhão fortalece o espírito e amplia a energia de cura. Ou ainda, você pode, mesmo sozinha, criar pequenos rituais: acender uma vela, escrever no diário, meditar ao ar livre.
- Alimentação consciente e natural
Incluir mais alimentos frescos, orgânicos e preparados com afeto é outra forma de medicina natural para o corpo. Ervas frescas na comida, sucos naturais e a simplicidade dos sabores são remédios que nutrem profundamente.
🔥 O fogo que não se apaga: inspiração para os novos tempos
Resgatar as medicinas naturais é mais do que uma escolha estética ou alternativa. É um ato político, ancestral e espiritual. É lembrar que somos filhas da Terra, netas das ervas e bisnetas das parteiras. É confiar que, mesmo nas cidades, mesmo nos tempos acelerados, ainda podemos cultivar um modo de viver mais sensível, sábio e conectado.
Cada mulher que acende uma vela, prepara um chá com intenção, acende um incenso ou escolhe um óleo essencial para acolher sua dor, está também reencantando o mundo. Está tecendo, silenciosamente, um novo futuro.
🌾 Pra aprofundar o tema
Se esse tema despertou algo em você, aqui vão três livros maravilhosos em português que mergulham nessa relação entre o feminino e as medicinas naturais:
“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés
Um clássico sobre a alma feminina, que resgata arquétipos e saberes ancestrais através de contos e mitologia. Não é sobre ervas diretamente, mas é leitura essencial para toda mulher em jornada de reconexão. 👉Link para o livro
“Mulher Sagrada: Um guia para curar o corpo, a mente e o espírito feminino” – Queen Afua
A obra propõe uma jornada transformadora de cura física e ancestral, que irá restaurar a magnificência do espírito feminino por meio das plantas, meditação, entre outros elementos. 👉 Link para o livro
“O Poder Oculto das Ervas” – Carlos Ramon S. Carneiro
O livro é um despertar da consciência e conquista da saúde do corpo, da mente, do coração e do espírito com a ajuda das ervas e da natureza. 👉 Link para o livro
Com Carinho,
AlmaFlor