O resgate da mulher selvagem com o arquetipo da loba
Feminino

O resgate da mulher selvagem: força, intuição e liberdade

A mulher selvagem espreita como uma loba, mas é sábia. Não ataca, nem avança antes da hora. Ela está dentro de todas nós e silenciá-la e morrer um pouco a cada dia.

Você já sentiu que tem algo dentro de você que pede passagem? Uma força antiga, indomável, que insiste em sussurrar quando tudo está em silêncio?

Pois é… essa força tem nome: é a mulher selvagem. Ela é como uma voz que habita no interior de cada uma de nós e que nunca se cala, especialmente quando vivemos em modo automático, tentando caber em lugares e situações que claramente não são nosso por origem.

Essa voz também aparece forte quando se tenta ser o que esperam. O “comportamento certo”, sorrir sempre, engolir a intuição para não parecer exagerada. E não adianta fugir, quanto mais tentar se esconder, mais ela virá atrás de você, como uma loba feroz.

Mas, calma, a mulher selvagem não é perigosa, perigoso mesmo é viver sem ela.

🌿 Quem é a mulher selvagem?

A mulher selvagem não é a mulher “rebelde” como nos ensinaram a temer.
Ela é a essência instintiva, sábia e livre que habita dentro de nós. Aquela que sente antes de racionalizar, que pressente o que não é dito, que dança conforme o ritmo da alma.

A mulher selvagem é aquela que sangra em ciclos, que sente com profundidade, que chora de tanto amor e que grita quando precisa se libertar.

A psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés, autora do clássico Mulheres que correm com os lobos, explica que a mulher selvagem é o arquétipo da alma feminina profunda, um tipo de força psíquica instintiva que guarda nossa criatividade, intuição e poder ancestral.

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Segundo Estés, ao nos afastarmos dessa natureza, perdemos vitalidade, conexão e até mesmo saúde emocional.

E o curioso é que, mesmo sem entender, muitas mulheres sentem esse chamado. É como uma saudade do que nunca esqueceram por completo.

🔥 O que nos afastou dela?

Vivemos em uma sociedade que valoriza o controle, a produtividade e o “ter”.
Desde cedo, somos ensinadas a nos ajustar, a sermos boazinhas, a não sermos “emocionais demais”, “intensas demais”, “livres demais”.

Em um bom português, é o mesmo de dizer que fomos silenciadas, reprimidas e condicionadas a nos livrarmos daquilo que nos representa, que nos dá autenticidade. Fomos ensinadas até mesmo que a menstruação é algo ruim, sujo e pecaminoso. Quando na verdade, a menstruação é o maior símbolo da feminilidade, de um poder que é apenas nosso. Tem um texto aqui no blog que pode te ajudar a entender melhor como lidar com cada fase do seu ciclo menstrual, clique aqui para ver.

A cultura patriarcal, as religiões institucionalizadas, o modelo de educação tradicional e até mesmo o modo como a mídia representa o feminino, tudo isso contribuiu para silenciar a mulher selvagem dentro de nós.

Esse silenciamento, como mostrou a escritora e socióloga María-Milagros Rivera Garretas, gera uma perda de sentido, um empobrecimento simbólico do feminino e um distanciamento da experiência espiritual autêntica da mulher.

Não é à toa que tantas de nós vivemos exaustas, anestesiadas, desconectadas do próprio corpo, da natureza e da intuição. E, silenciosamente, pedimos para voltar, mesmo sem entender esse chamado.

🌕 Como escutar o chamado?

O resgate da mulher selvagem não acontece da noite pro dia. É um processo profundo, às vezes desconfortável, mas sempre transformador.

Para cada uma é diferente. Pode ser que para você comece aos poucos, com silêncios intencionais, caminhadas na natureza, ciclos menstruais respeitados, choros liberados sem culpa. Aliás, quando foi que você chorou pela última vez sem se sentir culpada ou exagerada depois? Pois é, vale a reflexão.

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Outras vezes o chamado começa quando você deixa de se comparar, quando para de pedir permissão para existir, quando começa a se ouvir de verdade. Mas, uma coisa é certa, esse chamado já está acontecendo, ou você acredita que está lendo esse texto por acaso?

Você também pode começar com esses passos simples, para reforçar e ampliar o seu chamado interior:

  • Escute sua intuição, mesmo que ela vá contra a lógica.
  • Observe seus ciclos: onde você floresce, onde murcha, onde precisa descansar.
  • Permita-se sentir, sem pressa de “resolver”.
  • Honre sua história, mesmo as partes que doeram.
  • Reconecte-se com a natureza — ela é nossa primeira e mais antiga casa.
O resgate da mulher selvagem representado pela liberdade das borboletas
A mulher selvagem, quando livre, ouve sua intuição e confia no seu poder pessoal. Imagem: Freepik

🐺 A força do feminino indomável

Quando resgatamos a mulher selvagem, resgatamos nossa força criadora, nossa coragem, nossa liberdade de ser quem somos.

Essa força não é agressiva, mas firme. Não é descontrolada, mas profundamente instintiva.

Ela nos lembra que somos cíclicas, que há beleza no caos, que a vulnerabilidade também é poder.

Estudos em psicologia analítica mostram que, ao integrar esse arquétipo, as mulheres se tornam mais autênticas, conectadas com sua essência, com menos propensão à ansiedade, ao vazio existencial e aos transtornos de identidade.

E não é maravilhoso pensar que a cura, muitas vezes, está justamente no que tentaram apagar?

🌸 Quando resgatamos a mulher selvagem, resgatamos a nós mesmas

Se você sente esse chamado, saiba: ele é legítimo.

Há algo dentro de você que sabe o caminho. Talvez precise de tempo, de acolhimento, de coragem — mas ele está aí. E não precisa ter medo de ouvir esse chamado, confie.

A mulher selvagem que mora em você não quer te destruir, quer te reconstruir. Quer te lembrar de quem você é, antes do mundo dizer quem você deveria ser.

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E se quiser uma companhia nesse caminho, estou por aqui.

🌿 Vamos juntas?

Se você está sentindo que é hora de se reconectar com sua essência, seus ciclos e sua força intuitiva, os atendimentos com Florais e Mesa Radiônica podem ser grandes aliados nesse processo de reconexão.

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📚 Para aprofundar o tema:

“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés
Um clássico sobre o feminino selvagem e intuitivo. Não é sobre ciclo menstrual diretamente, mas fala de arquétipos femininos de forma profunda e inspiradora. 👉 Link para o livro

“O Despertar da Energia Feminina” – Miranda Gray
Por que o Sagrado Feminino é relevante para a mulher moderna e como a reconexão com esse princípio pode levá-la a uma vida menos estressante? Esse é o fio condutor do livro de Miranda Gray.👉 Link para o livro

Com Carinho,

AlmaFlor

 

Anna Munhoz

Olá, meu nome é Anna, sou jornalista, pesquisadora, estudiosa e apaixonada por autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Também sou a voz por trás dos contéudos publicados na AlmaFlor. Seja bem vindo a esse espaço!

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